

A Casa Afrolatinas é a sede do Instituto Afrolatinas e um ambiente educacional, de trocas e intercâmbios. Um espaço para promover formação, arte, cultura, inovação e impacto social.
Assim como o Festival Latinidades, o projeto nasceu para ativar encontros, encantos e oportunidades. Uma casa de mulheres negras. De afetos e acolhimentos.
Nosso sonho de ter uma casa para chamar de nossa ao longo de todo o ano encontrou lugar no Varjão, comunidade periférica do Distrito Federal, com população de 80% de pessoas negras. Nossa história é coletiva, e a construção desse sonho não poderia ser de outra maneira. Assim nos movemos.


Projeto-piloto de mini biblioteca pública afrocentrada, como parte das ações da Universidade Afrolatinas. A estante fica localizada no Varjão, na Casa Afrolatinas, e conta com 200 títulos de diferentes gêneros literários.
A nossa intenção é expandir futuramente a Afroteca, idealmente em paradas de ônibus, contribuindo com a disseminação da história e cultura negra e dando visibilidade à autoras e autores negros do Brasil e do mundo.
A estrutura da nossa afroteca é um freezer cervejeiro transformado em obra de arte pela artista plástica e grafiteira Carli Ayio.


Projeto realizado durante o Festival Latinidades e nas escolas do Distrito Federal. Crianças são produtoras de conteúdo, cultura e conhecimento. Por isso, no Latinidades Kids, estabelecemos um processo formativo baseado na horizontalidade, no reconhecimento da infância enquanto categoria social e nas crianças negras como sujeitos históricos de direito.
A educação de base é alicerce para o desenvolvimento cognitivo, a formação cultural e intelectual das crianças. E isso incide diretamente no futuro e no desenvolvimento do país. Trabalhamos na formação de crianças a partir do conhecimento e dos fazeres artísticos advindo das culturas populares, por acreditarmos que é estratégico para o enfrentamento ao racismo e à todas as formas de discriminação, violência e preconceito.
Crianças negras experimentam, desde cedo, e justamente no ambiente escolar, as primeiras violências raciais, que afetam diretamente o seu psicológico e a sua autoestima. É necessário refletir as consequências disso para a sociedade e buscar projetos, caminhos, pedagogias, tecnologias que busquem proteger e fortalecer a identidade e autoestima de crianças negras, ao mesmo tempo em que valorizamos as culturas afro-brasileiras e a sua contribuição na formação cultural do país.
O processo de formação que se inicia na infância é determinante para a lida com a diversidade e adversidades e afeta o desenvolvimento integral dos seres humanos. A cultura e as artes têm papel determinante nisso.


Programa de formação e inclusão produtiva de empreendedoras negras da economia criativa, por meio de cursos, oficinas, mentorias e eventuais bolsas individuais.
No Brasil há uma expressão bastante popularizada para se referir a trabalhos mal qualificados. Quando algo não está devidamente executado, alguns dizem que é um “Serviço de Preto”. Esta expressão de cunho altamente racista vem sendo reproduzida há séculos e contribui para um imaginário de inferiorização e desqualificação do trabalho e contribuição das pessoas negras na nossa sociedade. Por isso o nome foi escolhido: para combater o racismo, ressignificar o termo historicamente utilizado de forma pejorativa e demonstrar que Serviço de Preta é, SIM, serviço de excelência e qualidade.

Uma “jam session” com a participação exclusiva de instrumentistas, intérpretes, compositoras e poetas negras, criada pelo Instituto Afrolatinas.
Existem diversas versões para a origem do termo “Jam Session”: todas estão ligadas às culturas negras e ao surgimento do jazz. Podemos definir jam session como um encontro musical improvisado. Para muitos, improviso é sinônimo de amadorismo. Ao contrário: é necessário proficiência, capacidade técnica e criatividade. A improvisação sempre esteve presente nas culturas negras populares urbanas e tradicionais, seja em África ou na diáspora, mas, nem sempre, sua técnica e expressividade foram devidamente reconhecidas ou valorizada nos círculos eruditos das artes. É o que nos mostra, ironicamente, a história do blues e do jazz.
Artistas negras da música, historicamente, tem enfrentado racismo e machismo estruturais e transformado suas vivências em conteúdo para suas composições. Nomes como Nina Simone, Billie Holiday, Dona Ivone Lara e Clementina de Jesus enfrentaram as dificuldades de serem pioneiras no jazz e no samba, na música de um tempo dominado por homens, a maioria brancos. Exemplos iguais podemos ver no rock, onde o protagonismo das mulheres foi completamente apagado, mas elas estavam lá na sua origem – e ainda estão.
Durante muito tempo as mulheres da música foram invisibilizadas e, no que se refere à interseccionalidade gênero e raça, é fato que mulheres negras nas artes em geral e, também, na música, sofreram de maneira mais significativa com o apagamento e desvalorização de suas trajetórias; elas foram estereotipadas e dificilmente consideradas na diversidade de gêneros e linguagens que produziram. Preta Jam nos traz entretenimento e reflexão sobre equidade de gênero e raça na indústria musical brasileira.
Idealização e curadoria: Jaqueline Fernandes
Direção Musical: Letícia Fialho

Festa + Luta+ Arte+ Cultura+ Formação +Empreendedorismo
Criado em 2008, o Festival Latinidades é considerado hoje o maior festival de mulheres negras da América Latina, envolvendo anualmente todas as regiões brasileiras, com crescente participação internacional (+ de 20 países). Uma iniciativa continuada de promoção de equidade de raça gênero e plataforma de formação e impulsionamento de trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação.
Latinidades é um festival multilinguagens que busca desenvolver diálogos com o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. Um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.
O projeto foi pioneiro em dar visibilidade ao dia 25 de julho, que tem ganhado força como uma espécie de 8 de marco da mulher negra. Anualmente aborda temáticas que se desdobram em oficinas e mesas de debate com especialistas de todo o país, bem como convidadas internacionais. O resultado das experiências e falas dessas especialistas resultaram em 6 publicações-referência.
As ações que compõem a programação do festival são: debates, palestras, oficinas, vivências, painéis, conferências, lançamentos literários, rodada de negócios, desfiles e apresentações de dança, teatro e música.

